Caio Huck Spirandelli
Nascido em 1982 e criado no Grande ABC Paulista, teve uma educação voltada para a autonomia, com bastante contato com o meio rural. Seus pais tiveram por muitos anos um sítio sem qualquer acesso a energia elétrica no interior paulista, onde passavam finais de semana e férias. Mais tarde, mesmo com acesso à rede elétrica, TVs e rádios eram proibidos, o que fazia de lá um local especial de convívio e experiências.
Aos 17 anos de idade, começou a se interessar por questões sociais e políticas Através da internet teve contato com a música Punk e rapidamente começou a frequentar e participar da cena Punk do ABC. Em 2001, com 19 anos, começou a se envolver na organização das manifestações anti-globalização da Ação Global dos Povos e logo em seguida formou o coletivo Ativismo ABC com pessoas do Grande ABC Paulista. Com a perda de força das manifestações de rua, em 2004, juntamente com o seu coletivo, fundou o espaço autônomo anarquista Casa da Lagartixa Preta “Malagueña Salerosa” (CLP) em Santo André. A CLP ficava próxima ao centro da cidade, uma casa muito antiga com um quintal grande com espaço para horta. Um espaço autogerido onde aconteciam vivências coletivas, debates, oficinas, permacultura, atividade de apoio a movimentos sociais e muitas outras coisas.
Em paralelo à militância política, Caio cursou Ciências Econômicas (formou-se em 2006) e chegou a cursar dois anos do curso de Ciências Sociais, curso que acabou abandonando por sua falta de interesse em seguir uma carreira acadêmica. Trabalhou na área de Gestão Financeira numa indústria química e depois na área de TI num banco nacional de médio porte. Com uma estratégia financeira em mãos, uma vida extremamente frugal e cansado da vida dupla entre trabalho e militância, em 2008 largou o trabalho de escritório com o objetivo de se dedicar mais aos projetos políticos. Passou a viajar para diversos pontos do Brasil para aprender mais sobre plantio e construção e trabalhar como voluntário em projetos diversos.
Realizou os mais diversos tipos de provas, desde triathlon até ultra maratonas de corrida de montanha, vivendo entre os anos de 2017 e 2019 na zona rural da cidade de Passa Quatro (MG), na base da Serra Fina, local de um dos maiores centros de corrida de montanha do país. Em paralelo, começou a ter contato com o entendimento da origem da corrida humana, e acabou caindo na evolução biológica e da nossa espécie, que automaticamente o levou para os diversos campos que abordam a teoria da evolução.
Sua fascinação pela autonomia, o fizeram querer estudar mais sobre saúde corporal. Em 2013, conheceu o fisioterapeuta Pablo Santurbano, que trazia para a fisioterapia uma perspectiva multidisciplinar através de estudos sobre antropologia e a biologia evolutiva. Pablo tinha um grupo de estudos com outros fisioterapeutas, e Caio passou a frequentar tal grupo colaborando com debates sobre processos pedagógicos. Desde então passou a frequentar esse universo da fisioterapia, que acabou o inspirando a se aprofundar mais no conhecimento científico.
Com os crescentes e insustentáveis conflitos nos espaços de convivência anarquista, em 2015 resolveu se desligar por completo da militância política. Os conflitos o inspiraram a estudar comunicação e comportamento humano mais a fundo e buscar uma experiência profissional diferente. Após fazer um curso para cuidadores de idosos, trabalhou na área como cuidador “home care” por um ano e meio.
Em um curso sobre corrida humana pelo prisma evolutivo, conheceu Bruno Mascella e desde então mantiveram constante contato até terem a ideia de começar o podcast Universo Generalista.
Com o costume de explorar inúmeras coisas em paralelo e estar sempre disposto a conhecer e fazer coisas diferentes, a história de vida de Caio acaba sendo algo um pouco fora do comum. Além do trabalho como cuidador, também teve experiências com diversas cooperativas (de boteco à venda de livros), ensino de artes marciais (Karate Kyokushin) e planejamento financeiro.
Hoje trabalha como professor particular de inglês (English for Business and Science) e se dedica ao podcast nas horas vagas. O seu grande sonho é fazer do podcast o seu principal trabalho e fonte de renda.